29 de nov. de 2010

Reunião na Comunidade Vila Harmonia


O Ministério Igreja Cidadã participou de mais uma reunião entre os representantes das comunidades do Recreio e a procuradoria pública do Estado. A reunião aconteceu nesta segunda-feira na Comunidade Vila Harmonia e contou com a presença de um grupo expressivo de moradores. Na reunião teve como objetivo deliberar junto a Procuradoria Pública o pedido na justiça de uma liminar que suspendesse as demolições das casas onde ainda não havia negociação de indenização com a Prefeitura. A primeira liminar concedida foi para a Comunidade da Restinga que teve as demolições suspensas por ordem do juíz.

É importante ressaltar que os moradores dessas comunidades não estão contra o progresso e nem contra a passagem da transoeste, mas querem e merecem serem tratados com dignidade, respeito e serenidade. A pressão que a Prefeitura vem fazendo junto aos moradores tem provado o medo e a insegurança, fazendo com que muitas famílias aceitem os valores propostos que não são suficientes para comprarem uma outra casa, em outra comunidade. Alguns foram para bairros mais distantes enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida que para surpresa dos que já se mudaram, deverá ser pago através do financiamento.

O Ministério Igreja Cidadã conta também com a participação dos advogados Setimio Michel e Selma Michel, membros de nossa igreja, que estiveram presentes nesse encontro. Agradeço o apoio dos novos irmãos e damos as boas-vindas.

27 de nov. de 2010

O Reino de Deus nas Comunidades

Carta entregue por moradora elogia as operações na Penha
Os cariocas vem testemunhando os últimos acontecimentos na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. Muitos atentados ocorreram nos últimos dias, com incêndios de carros, ônibus, motos e outras ações comandadas de dentro dos presídios que deveriam ser de segurança máxima. A grande questão que quero abordar não é o confronto da polícia com os bandidos, nem do programa de segurança do Estado, mas o que teremos como resultado de toda essa ação.


As pessoas que vivem em comunidades dominadas pelo tráfico vivem debaixo de duas constituições. A do Estado a que todos nós deveríamos conhecer e respeitar, e uma outra constituição escrita com sangue, violência e medo. São leis que cada morador precisa observar e seguir sobre o perigo de ser morto ou violentado em sua própria casa, diante de sua própria família. São famílias sem liberdade, sem cidadania, sem sonhos ou esperança.


Com a pacificação dessas comunidades, se restaura o que foi perdido há anos, a democracia, a ordem e a cidadania. Um das moradoras da Vila Cruzeiro entregou um bilhete hoje pela manhã a uma repórter da Rede Globo  e nesse bilhete (ao lado) há um grito de socorro, de alívio, de esperança, de liberdade e de uma fé em uma Santa. É um grito também por um Deus que é capaz de libertar suas vidas por completo. 


Não tenho dados para afirmar o que vou dizer agora, mas acredito que a medida que a igreja se fecha em suas 4 paredes, voltadas apenas para suas atividades e rituais, a violência cresce, se expande e faz mais vítimas. Com certeza precisamos espalhar as boas novas, levar a esperança a todas as pessoas e fazer a diferença neste mundo. O Reino de Deus precisa chegar até a essas comunidades.

25 de nov. de 2010

Ato no centro do Rio chama a atenção para questão ambiental em Marabá

Integrantes do Fale estão no Rio para o Encontro nacional da Rede
(por Bruno Dias)
Pessoas e organizações que compõem a Rede Fale se reúnem na próxima seta-feira (26), a partir das 9h, para um ato em frente ao prédio da sede administrativa da Companhia Vale do Rio Doce, no centro do Rio de Janeiro. A mobilização é parte da campanha “FALE por Saneamento Ambiental em Marabá” e tem por objetivo chamar a atenção da sociedade e da Vale para a condição dos moradores da região da Grota Criminosa, em Marabá, município do estado do Pará. O ato será realizado no contexto do Encontro Nacional do Fale e contará com a presença de membros da rede de diversas unidades da federação.

Por meio de atividades artísticas, culturais e, acima de tudo, proféticas, os membros do Fale pretendem conscientizar a sociedade para a importância da questão, além de alertar a Vale para a atual condição da Grota Criminosa. A Companhia é a grande responsável pela situação precária da região. Através da construção da Estrada de ferro Carajás, para o transporte de minério, a empresa é acusada pelo aterramento e degradação de parte da mata ciliar, na região do bairro Nova Marabá.

O FALE é uma rede nacional de pessoas e organizações cristãs que atuam na defesa de direitos e promoção da justiça social através de campanhas. Desde 2009 a rede promove a campanha por saneamento ambiental em Marabá. Além de atos como o da próxima sexta, a mobilização dos membros da Rede, em todo o país, ocorre através de cartões enviados pela sociedade civil a autoridades que tenham competência para transformar situações de injustiça.

17 de nov. de 2010

Asfaltamento da Estrada do Cascalho - Ainda sem solução!

Hoje, completam 195 dias que a Igreja do Recreio protocolou no Gabinete do Prefeito Eduardo Paes um abaixo-assinado com mais de 1.500 assinaturas. O pedido se refere ao asfaltamento da Estrada do Cascalho, acesso para o CASACAP e diversas moradias em Vargem Grande.

O Ministério Igreja Cidadã (MIC) fez alguns contatos com o administrador da Região Administrativa, que alegou que a Prefeitura não teria em seu orçamento o valor para executar os serviços. O valor estimado para o asfaltamento, segundo o administrador regional, estaria estimado em R$ 5 milhões.


Estamos cobrando a melhoria para a região por se tratar de algo importante para os moradores que já cobra das autoridades uma solução a mais de 10 anos.


O CASACAP é um ponto de referência em Vargem Grande que atende milhares de pessoas carentes por ano. A ajuda de voluntários é fundamental para a manutenção dos serviços prestados à comunidade. O difícil acesso ao local tem prejudicado o trabalho voluntário. Vamos continuar cobrando o Prefeito.

10 de nov. de 2010

FUGINDO DO INFERNO

Por Antonio Carlos Costa

Acabei de receber a notícia de que 11 presos, que encontravam-se na Polinter de Neves, no município de São Gonçalo, fugiram na madrugada dessa segunda-feira. Meu ponto de vista: na verdade escaparam poucos. Não lhes restava alternativa, exceto, fugir. Deixe-me explicar o que não estou querendo dizer.

Não estou dizendo que ninguém deve ser preso. A natureza humana não comporta mundo sem prisão. Muito menos estou afirmando que encontram-se naquele lugar rapazes que, devido à falta de oportunidade na vida, podem ser justificados de certos crimes que cometeram. Não deixo também de reconhecer a ameaça que representa para a sociedade o retorno de alguns deles para a rua.

O histórico de fuga de presos das carceragens da Polícia Civil é surpreendentemente baixo. As condições de trabalho dos policiais civis que atuam nesses lugares é péssima. As carceragens são frágeis. Esses homens têm que manter a ordem de dezenas de celas superlotadas, trabalhando em número desproporcional à quantidade de presos, exercendo sua atividade em ambientes insalubres. Em Neves, por exemplo, há ocasião de dois policiais apenas terem que cuidar de 800 presos.

Se você estivesse preso naquele lugar, certamente, aproveitaria a primeira oportunidade para fugir. A não ser que você visse, o sofrimento auto-imposto, como forma de se livrar do tormento de consciência. A decisão voluntária de não procurar escapar do purgatório estatal. Com a desvantagem de não haver venda de indulgência, uma vez que -por causa do perfil social de quem para naquele lugar-, não há quem interceda pela sua vida do lado de fora. A Polinter representa uma das mais graves violações dos direitos humanos no nosso país e menosprezo à Constituição Federal do Brasil. Uma pedrada no conceito de santidade da vida humana, uma cusparada na Constituição Federal. É algo tão absurdo, que a partir do contato com sua realidade, somos levados a crer que, o conceito de pacto social é uma grande mentira e trama diabólica administrada por quem detém o poder no Brasil.

Naquele lugar jazem homens que habitam em celas onde mal se pode respirar, tanto devido à quantidade de preso por metro quadrado, quanto à falta de ventilação. O calor chega a 57 graus Celsius no verão. Cárceres com 13 camas recebem 80 presos, tendo ao seu dispor um único banheiro. Proliferam nesses ambientes sarna, furunculose, doenças respiratórias, problemas gastrointestinais. Há casos, do preso chegar, ver e entrar em pânico. Bater a cabeça na parede e surtar, tamanho o desespero que aquela masmorra medieval causa nos que são jogados num lugar que um dia serviu de estábulo.

As perguntas que se impõem são as seguintes: faz sentido a Constituição Federal ser cumprida? O que acordamos como cidadãos, vale ou não vale? Podemos mostrar as imagens da Polinter de Neves no exterior e nos orgulharmos de sermos brasileiros? Pode-se esperar que os presos saiam daquele lugar para serem perfeitamente integrados à vida em sociedade? É bom para a segurança pública torturar o preso? O que faríamos se, por uma dessas desgraças da vida, um filho nosso parasse ali? Faz sentido usarmos a lei para lançarmos alguém num lugar que representa descumprimento crasso da lei?

Há um ano e meio faço trabalho voluntário em Neves. Aquele lugar marcou minha vida para sempre. Quando o conheci pela primeira vez, acordava no meio da madrugada sobressaltado com aqueles rostos pálidos e vozes angustiadas na minha mente. O vapor fétido que sai dos cárceres, o lixo, o suor, o choro, o arrependimento, a banalização da vida, o confinamento, o abandono. Ali perdi o respeito pelo Estado.

Todos sabem o que acontece em Neves. O movimento que presido levou para aquele lugar a BBC de Londres, a rede de televisão Al Jazeera, a TV Brasil. Fomos primeira página no jornal O Globo, que apresentou foto da mão de um dos nossos voluntários, portando dentro da cela, um termômetro, apontando a temperatura de 56.7 graus Celsius. Gravei vídeos, escrevi para jornal, dei entrevistas, e nada. Absolutamente nada. Não sei como a autoridade pública que tem acesso a informação, que conhece toda a história da saga da humanidade em busca de relações sociais mais justas -Magna Carta, Revolução Francesa, Declaração de Independência dos Estados Unidos, derrota do Nazismo, colapso da ditadura comunista stalinista, Declaração Universal dos Direitos Humanos-, permite a existência dessa vergonha para o Estado que sediará os Jogos Olímpicos de 2016.

Agora, um fato novo. Presos fogem. Estão na rua novamente. Sentimos medo. Deveríamos, antes, ficar com medo do que um dia trará vergonha a todos nós: a indiferença criminosa de uma sociedade e de um governo que ainda não entenderam o significado da palavra democracia.

Antônio Carlos Costa
Presidente do Rio de Paz

6 de nov. de 2010

Refletindo com os irmãos em cristo Jesus - Jorge Santos


RESTINGA, ARMONIA, VILA RECREIO DOIS, quem veio no culto de 5ª feira passada, 28/10, assistiu nosso querido PASTOR VANDER colocar com toda a sabedoria divina que possui os problemas que rondam as realidades atuais destas comunidades.

A angustia que estamos passando por não encontrar uma solução pelo menos razoável para as desapropriações de mais de 500 famílias, que moram há muito tempo no curso da trans oeste. NOSSO PASTOR falou também que a igreja esta disposta em buscar uma solução para esta situação.

Certo de que encontrarei corações amaciados depois da bela explanação de nosso queridíssimo pastor, convido os irmãos a refletir sobre algumas situações bem questionáveis, como:

EDUCAÇÃO por que desde sua criação, o transporte escolar municipal, (ônibus da liberdade) não carregam alunos em nossa região?

SEGURANÇA por que a classe média tem que pagar segurança privada nas entradas de condomínios? Onde fica o estado nisso? Deveria bancar estes serviços?
As mulheres, onde esta a delegacia delas no nosso entorno?

LIMPEZA varredura das ruas internas destes referidos condomínio, no mínimo deveriam ser abatidos nos impostos, ou eu estou sonhando?

SAÚDE, UPAS, tem algum próximo da gente? Tem remédio no posto de saúde?
Os portadores de diabetes, hipertensos, os pobres, irão todos pro casacap?

LAZER nossas crianças nem sabe o que é isto. Nós, muito menos. Nossa melhor idade coitada está amontoada, em espaços mal cuidados, fundos de escolas, postos de saúde, depois de décadas de trabalho, este é o retorno?

TRANSPORTES nós, nos divertimos muiiito nos ônibus lotadíssimos, nos engarrafamentos que duram horas,
 Mesmo assim, sorrimos, graças a DEUS, obrigado SENHOR, por nos renovar todos os dias.
                    
FUNÇÃO SOCIAL- moradia para os pobres, não existe projeto. Quem pensa que existe, está enganado. Tem sim disfarces sociais. EX: minha casa minha vida, morar feliz, favela bairro, e muitos outros. Se eu tivesse que dar nomes a eles, seria bagunça social.
                                  
Desculpe irmãozinhos, a razão e a emoção se fundem quando o desespero nos sobrepõe. Isto não é bom para um diálogo franco e aberto, por isso peço desculpas e depois, ajuda. Mas por favor, não tenham pena de nós este não é o objetivo deste simples boletim, o que busco é: expor melhor estas situações para os irmãos.

Falar de sonhos, vontades sociais, respeitando as visões e pensamentos dos irmãos e da igreja. Buscar aliados para aprofundarmos nas realidades de cada tema acima citado e outros. Gritar muito alto que somos cristãos, somos parte da sociedade, somos felizes, muito abençoados, mas questionamos também, não somos passivos como pensam muitos.
Agradecer a DEUS primeiramente, mas o pastor VANDER também por ter criado o "MIC" (ministério igreja cidadã)

Agradecer a PIB por nos presentear com um pastor amigo como JOEL E SUA FAMILIA.

Orem por nós, orem conosco, porque juntos somos melhores

Irmão Jorge CASACAP

3 de nov. de 2010

Transoeste - Desapropriação sem indenização

A Igreja Cidadã tem acompanhado o drama das famílias que moram nas comunidades do Recreio e que estão para ser desapropriadas a qualquer momento sem qualquer tipo de indenização ou negociação. No video abaixo podemos ter uma noção do que essas famílias vem passando.